Retrato de um (des)governo

Por Valdir Cruz

Beto Richa começou o governo botando banca. Em meio às críticas à gestão anterior, prometeu revolucionar o Paraná com um choque de gestão. Enumerou os problemas e anunciou, com toda pompa, uma equipe à altura das expectativas depositadas nele pelos eleitores. Três anos e meio depois, os eleitores perceberam que tudo não passou de propaganda enganosa. 

Obras que estão ou ficaram muito tempo paradas: Avenida da Integração, em Curitiba; Parque do Monge na Lapa e Teatro Denis Stoklos, em Irati 

A grande crítica feita a Requião, a quem Richa sucedeu, foram os casos de nomeação de parentes para funções importantes na máquina pública estadual, ou seja, ao nepotismo. E qual não foi a surpresa do eleitor, que votou pela mudança, ao constatar que Richa prega uma coisa mas faz outra muito diferente.

O mais importante secretário da atual administração é José 'Pepe' Richa, irmão do governador, que ocupa a superpasta da Infraestrutura. Há outros nomes com sobrenomes 'Richa' na folha de pagamento do Estado.  O nepotismo, portanto, tão criticado, continuou (e continua) com uma proporção até maior do que antes.

Requião foi um governador de poucas obras de infraestrutura e de muito investimento no setor social. Programas como Panela Cheia, Trator Solidário, Leite das Crianças, Luz Fraterna, entre outros, ajudaram as pessoas mais carentes do Paraná a ter uma vida melhor.

Richa não investiu nem numa coisa nem noutra. Muitas das poucas obras que resolveu tirar do papel ficaram abandonadas pelo caminho, e são um retrato de um governo que deu errado. Até mesmo obras municipais, que têm o financiamento por meio do programa Paraná-Cidade, do Governo do Estado, tiveram que ser paralisadas por falta de recursos.

Fazer o quê, em uma situação como essa, de propaganda mais do que enganosa? O melhor Procon que há para atender e bem os eleitores é a urna eletrônica. É nela que você deve se queixar quando for vítima de políticos que fazem propaganda enganosa.