quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Senador Pedro Simon - EM DEFESA DAS APAES

Uma batalha ideológica, baseada em diferentes pontos de vista sobre a inclusão de crianças especiais em salas de aula regulares, ignorando sua condição diferenciada, atrasa a votação no Senado do Plano Nacional de Educação e, em consequência, desespera as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). Pioneiras na assistência às crianças com deficiência e mantenedoras de escolas especiais que atendem a milhares delas, essas entidades temem pelo futuro.


É conhecida a realidade do tratamento dispensado às crianças ‘diferentes’ pelas demais, com destaque, em muitos momentos, para sentimentos de rejeição. Um processo de inclusão não pode ser entendido apenas como colocar no mesmo espaço crianças com e sem necessidades especiais. Nosso sistema educacional enfrenta carências crônicas em recursos humanos e materiais necessários para uma atenção diferenciada em sala de aula. A boa vontade das professoras, um contingente mal pago e muitas vezes com lacunas na formação, não será por si só suficiente para a superação dessas dificuldades.


O novo não substitui o antigo de forma automática. Os processos históricos ensinam que um e outro convivem por um período, até a superação definitiva do velho pelo novo. Por iniciativa do governo, o Plano Nacional de Educação foi retirado ontem de pauta na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Uma medida prudente, pois seria indigno desmontar, em nome de uma concepção rejeitada por aqueles sofrerão as consequências de sua aplicação, uma rede expressiva de assistência organizada pelas Apaes em todo o país que atende a de 243 mil crianças. Por trás das teorias e números, existem pessoas frágeis que merecem atenção especial.

*Pedro Simon é senador da República.

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