Leticia de Moura Santiago, 7 anos, é umas das 300 crianças portadoras de diabetes atendidas pela Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Departamento de Pediatria do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, Leticia tem uma vida igual à de todas as crianças. O que ela tem de diferente é a necessidade do uso da insulina, uma vez que é portadora de diabetes do tipo 1, a mais comum em crianças.
“A doença apareceu aos 3 anos e dois dias, quando ela pediu um pedaço de mortadela, comeu e passou mal”, conta a mãe Adriana de Moura, 29 anos. “Levamos ela a um postinho e o médico deu um remédio para infecção urinária, mas como no dia seguinte ela estava pior voltamos ao postinho. Aí, outro médico que estava de plantão descobriu que a glicemia dela estava em 600”, conta Adriana.
“A doença apareceu aos 3 anos e dois dias, quando ela pediu um pedaço de mortadela, comeu e passou mal”, conta a mãe Adriana de Moura, 29 anos. “Levamos ela a um postinho e o médico deu um remédio para infecção urinária, mas como no dia seguinte ela estava pior voltamos ao postinho. Aí, outro médico que estava de plantão descobriu que a glicemia dela estava em 600”, conta Adriana.
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Letícia é atendida na Unidade de Endocrinologia do HC: vida normal apesar da diabetes (foto: Valquir Aureliano) |
De acordo com Adriana, por ter medo de injeção, no começo foi difícil. “Como não sabíamos ainda bem como cuidar dela eu passava mal quando ia aplicar a insulina. Ela não teve festa de aniversário de quatro anos”, diz. “Mas depois, à medida que fomos entendendo melhor a doença, as coisas foram ficando mais fáceis e hoje, no aniversário dela, o bolo é salgado”, diz.
A médica Suzana Nesi França conta que, no caso de Leticia, o problema foi a falta de informação. “É importante ressaltar que uma criança portadora de diabetes do tipo 1 tem uma vida normal, como qualquer outra criança. A única diferença é que ela precisar fazer uma alimentação equilibrada e ter disciplina”, conta.
“Nós não usamos a palavra dieta porque ela é muito pesada e a criança não precisa seguir uma dieta, ela precisa, sim, de ter uma alimentação equilibrada, ter disciplina para se alimentar, se exercitar e fazer as medições e dosagens de insulina de modo o mais natural possível”, afirma.
Por isso, Suzana ressalta a necessidade da disseminação da informação sobre a síndrome metabólica do diabetes. “É muito comum, pais relatarem que durante as aulas de educação física, por exemplo, as crianças são dispensadas, quando na verdade esta criança precisa se exercitar do mesmo modo que as outras”, diz.
A médica explica que, há professores que não têm informação sobre o diabetes. “Sabem apenas o que os pais contam e ouvem relatos sobre desmaios e fraqueza causados pela queda brusca de açúcar e, por medo de uma reação desta, preferem deixar a criança longe das atividades físicas”, afirma.
Suzana lembra ainda que a situação é mais complexa para os adolescentes. Por conta de todas as mudanças, já comuns à idade, o adolescente acaba deixando de lado em alguns momentos a disciplina de se alimentar de três em três horas e de fazer um acompanhamento do nível de açúcar, o que pode também acarretar a queda da glicose e resultar em episódios de mal-estar, tonteira e até desmaios.
“Para esse jovem, assim como para os demais, as situações de exagero, como o uso de bebidas alcoólicas são arriscadas”, afirma Suzana.
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