quinta-feira, 16 de março de 2017

Richa nega ter recebido doação da Odebrecht

Governador diz não saber por que foi incluído na lista de Janot por citação de delatores

O governador Beto Richa (PSDB) afirmou ontem que não recebeu doações de campanha da Odebrecht e não sabe porque seu nome foi incluído na lista do procurador Geral da República, Rodrigo Janot, na qual ele pede ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra políticos citados na delação dos executivos da empreiteira. A informação de que Richa seria um dos governadores alvos de pedido de investigação da PGR por terem sido citados pelos foi revelada na quarta-feira à noite pelo Jornal Nacional da Rede Globo de TV. Na terça-feira, Janot encaminhou ao STF pedidos de abertura de 83 novos inquéritos resultantes das delações de 78 ex-diretores da Odebrecht investigados pela operação Lava Jato.

As circunstâncias em que o governador foi citado nas delações não foram reveladas oficialmente até agora, já que o processo ainda está sob sigilo. “Estou contratando um advogado para que possa ter acesso a esse processo e conhecimento dos fatos nos quais eu fui citado”, afirmou o governador. “Da minha parte, eu desconheço o contexto que leva a inclusão de meu nome nesta lista da Procuradoria Geral da República”, alegou Richa.

“Estou absolutamente tranquilo, confio plenamente na Justiça e sou o maior interessado de que isso seja profundamente, detalhadamente o mais rápido possível investigado. E acredito que assim como vários outros investigados já tiveram seus processos arquivados, que o meu processo terá o mesmo destino”, disse o tucano.

“Não temos nenhuma doação (da Odebrecht). Nós temos um comitê financeiro em todas as campanhas legalmente constituído. Pessoas autorizadas por mim de fazer parte deste comitê que são as únicas que podem fazer captação de recursos para campanhas eleitorais. Tudo dentro da lei. Todas as doações foram de origem lícita e sempre prestado contas, declarado na nossa prestação de contas e aprovado devidamente pela Justiça Eleitoral. Quero dizer que em todas as campanhas sempre fui muito cuidadoso com isso”, garantiu ele.

Cuidado

Richa afirmou ainda não ter interesse na articulação de políticos e congressistas para uma eventual anistia à prática de “caixa dois” de campanha, nem com a decisão do STF de que mesmo doações registradas oficialmente na Justiça Eleitoral possam ser consideradas ilegais em razão de origem supostamente ilícita. “Não tenho nenhuma preocupação. Sempre fui muito cuidadoso. As pessoas do meu comitê financeiro são escolhidas por mim, pessoas da minha confiança, qualificadas e conhecedoras da lei e daquilo que pode ser realizado na nossa campanha”, explicou. “Quero dizer que, em todas as campanhas, sempre fui muito cuidadoso com isso. As últimas prestações de contas, inclusive, mereceram reconhecimento pelo detalhamento pelo Tribunal Regional Eleitoral”, argumentou ele.

Segundo informações da imprensa nacional, além de Richa, outros 9 governadores estariam na nova lista de Janot. Entre eles, estão os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Paulo Luiz Fernando Pezão (PMDB); de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); do Acre, Tião Viana (PT); e de Alagoas, Renan Filho (PMDB). Nesses casos, Janot pediu ao STF que envie as delações ao Superior Tribunal de Justiça, onde eles têm foro.

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